domingo, 7 de julho de 2013

O BOM FILHO (DE KRYPTON) A CASA TORNA

Após longos sete anos, o maior herói de todos os tempos volta à telona. Será que dessa vez vai?

Não importa se você é fã da Marvel, da DC ou mesmo que não saiba a diferença entre as duas, uma coisa você não pode negar: o Superman é o maior herói de todos os tempos. Você pode achar que o Wolverine é mais durão, que o Batman é mais habilidoso ou que o Homem de Ferro tem muito mais estilo, mas, caro amigo, nenhum se iguala ao Superman. Faça um teste: mostre o simbólico "S" do peito do herói a qualquer pessoa. Ela identificará como o símbolo do herói kryptoniano. 

O personagem, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, fez sua primeira aparição em 1938, marcando o surgimento do primeiro super-herói nas HQs. Contar a história do kryptoniano poderia parecer redundante, uma vez que já afirmei que todos o conhecem, mas só em caso de alguém ter esquecido: oriundo do distante planeta Krypton, os pais de Kal-El (seu nome real) o colocaram em uma nave quando previram a destruição de seu planeta natal. O bebê viajou pelo espaço, acabou caindo em uma fazendo no Kansas e foi criado pelo simpático casal de velhinhos Kent. Batizado de Clark, ele cresceu na cidade interiorana de Smallville (até meados dos anos 2000, a cidade era chamada no Brasil de Pequenópolis - o nome original em inglês só passou a ser mais usado após o sucesso do seriado honônimo da Warner). Aos poucos Clark descobre seus poderes e suas origens e, quando adulto, muda-se para Metrópolis, onde dedica-se à luta contra o crime.

O Superman sempre foi o símbolo do herói perfeito, incorporando todas as qualidades morais ideais. No entanto, com a humanização dos heróis nos anos 80, o moralmente correto kryptoniano começou a perder forças e até hoje luta para alcançar seu status original. Confira abaixo os altos e baixos do kryptoniano.




AS AVENTURAS DE LOIS E CLARK (1993)
Nos anos 90, o Super volta às telinhas com essa produção que focava, em tom mais cômico, as aventuras do casal do título. Basicamente, a reporter Lois Lane (quem se lembra quando a personagem era chamada de Miriam Lane? rs) se metia em alguma confusão e o kryptoniano tinha que salvá-la. Mas não se enganem: a grande estrela da produção era Lois Lane, interpretada por Teri Hatcher, que se tornou a queridinha da América. A produção teve quatro temporadas.





A MORTE DO SUPERMAN (1993)
Com o intuito de alavancar as vendas do Homem de Aço, a DC Comics radicalizou e resolveu matá-lo sem dó nem piedade. O aparentemente indestrutível monstro Apocalipse deixa apenas morte e destruição por onde passa. Superman só consegue derrotá-lo após uma sangrenta luta pelas ruas de Metrópolis que termina com a morte de ambos personagens. Segue-se então um arco de histórias denominado "Funeral para um amigo" e sequencialmente "O retorno do Super-Homem", com o surgimento de quatro novos heróis afirmando ser o verdadeiro Super-Homem.  Sucesso total de crítica.


SMALLVILLE (2001)
Seriado da Warner que realmente deu um reboot no personagem para a nova geração. A série foca a adolescência e o início da vida adulta do personagem, ainda na sua cidade natal terráquea. Aqui vimos Clark Kent descobrir seus poderes e sua origem (mesmo que um pouco bagunçada). A produção também empolgou por trazer, esporadicamente, vários personagens famosos da DC. Sucesso absoluto de público, teve 10 temporadas e abriu caminho para produções teens sobre heróis como Birds of Prey (que não vingou) e o atual (e bem sucedido) Arrow.





A MORTE DE CLARK KENT (1997)
Apenas quatro anos após matar seu maior herói, as vendas do quadrinhos do Superman já haviam caído e a DC resolve matá-lo novamente - mas desta vez, simbolicamente. Superman decide que não consegue mais levar uma vida dupla entre o herói e sua identidade secreta e decide abandonar de vez os óculos e visual nerd de Clark Kent. A história não fez sucesso e passou despercebida.




SUPERMAN AZUL E SUPERMAN VERMELHO (1998)
Mais uma tentativa de dar um up nas histórias do kryptoniano. Após um acidente com uma máquina que criava, o Superman ganha poderes elétricos e é dividido em duas entidades: o Azul, que usa a razão, e o Vermelho, mais impulsivo e violento. Essse conceito de dois Supermen já havia sido explorado pela primeira vez em 1963, mas até então como histórias paralelas. Em 1998, a DC Comics some com o herói como o conhecemos e coloca o Superman Azul e o Vermelho como protagonistas dos títulos do herói. Se você está lendo esse parágrafo e pensando "Como nunca ouvi falar disso?", já sabe a aceitação que esse arco de histórias teve.

NO CINEMA
O herói chegou às telonas pela primeira vez em 1978, no aclamado "Superman". Dirigido por Richard Donner ("O Feitiço de Áquila", "Os Goonies" e os quatro "Máquinha Mortífera"), o filme imortalizou o heróis na pele de Christopher Reeve. O sucesso da produção ainda rendeu três continuações: "Superman II" (1980), "Superman III" (1983) e "Superman IV" (1987). Com o sucesso de Smallville, o herói finalmente voltou às telas em 2006 em uma produção fria, estrelada por Brandon Routh e dirigida por Bryan Singer (que fizera um ótimo trabalho com "X-Men"). O filme não foi bem aceito pelo público e pela crítica e a franquia do kryptoniano enfrentou um hiato de 7 anos. Nessa semana, "O Homem de Aço" estreia nos cinemas brasileiros em mais uma tentativa de reviver o maior herói da DC Comics.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ORWELL & FAWKES: HÁ TANTO TEMPO E TÃO PRESENTES

Manifestações recentes trazem à tona nomes como Guy Fawkes e George Orwell.


Dois assunto que deram muito o que falar nessa semana: os protestos em algumas das capitais brasileiras contra ao aumento da tarifa do transporte público e a polêmica invasão de privacidade de civis nos EUA. E, como não poderia deixar de ocorrer depois do surgimento do grupo Anonymous, onde há manifestações das gerações Y e Z, há o envolvimento da internet e, cedo ou tarde, surge a face de Guy Fawkes.

Guy Fawkes, conhecido também como Guido Fawkes, foi um soldado britânico do século XV que participou da "Conspiração de Pólvora", cujo objetivo era explodir o parlamento inglês em um levante católico para assassinar o rei protestante Jaime I e todos os parlamentares. A conspiração foi descoberta e Guy, responsável por guardar a pólvora, foi capturado, interrogado, julgado culpado e executado. A data 5 de novembro marca a celebração de sua morte. Celebração porque, até muito recentemente, ele era considerado apenas um traidor da coroa britânica.

A face de Guy Fawkes só passou a ser conhecida e ele apenas ganhou ares mais revolucionários e heróicos após a graphic novel "V de Vingança", de Alan Moore. Nela, um sobrevivente das atrocidades praticadas pelo governo britânico para ascender ao poder, resolve vingar-se dos responsáveis de tais crimes (que envolvem testes biológicos em humanos e o envenenamento proposital de milhares de pessoas). Ele usa uma máscara de Guy Fawkes e tem o mesmo objetivo de explodir o parlamento inglês mostrando, assim, que o governo totalitário no qual vive a Inglaterra é que deve temer seus cidadãos e não o contrário. O personagem também nos mostra que a arma mais poderosa que uma população tem contra um governo injusto são as ideias, já que essas são à prova de bala e não podem, portanto, morrer. 

Infelizmente, quando uma população cheia de ideias se choca com um governo abusivo, conflitos como os de São Paulo tendem a ocorrer violentamente. Obviamente as consequências atingem toda uma população mas, apesar do foco desse blog não ser social, a reação popular pelos seus direitos é vista por mim como algo positivo.  

E a notícia que abalou os EUA foi a revelação do ex-agente da NSA (Agência Nacional de Segurança) de que existe um esquema de monitoramento por parte do governo americano para saber o que todo cidadão  estadunidense anda fazendo. As declarações ainda afirmam que empresas de telefonia e grandes companhias como Microsoft, Apple, Google, YouTube e Facebook também estariam envolvidas. O presidente americano já se pronunciou a respeito dizendo que tais ações são medidas contra o terrorismo.    

George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, foi um escritor britânico que expressava em suas obras uma profunda preocupação quanto às injutiças sociais. Uma de suas obras mais conhecidas, "1984", relatava exatamente um regime no qual todas as ações são vigiadas pelo Grande Irmão (daí o título do reality show "Big Brother"). Tão grande é a semelhança entre o romance escrito em 1949 com a situação atual do governo americano que o site de compras online Amazon registrou um crescimento de 7000% nas vendas do livro mencionado. 

A grande questão levantada (com a obra e com as declarações) é se, mesmo com intenções nobres, cabe ao governo dar se ao direito de invadir a privacidade de seus civis? Ao privá-los de sua liberdade, estaria o governo ainda assim dando-a aos seus cidadãos?

"V de Vingança" e "1984", duas obras que merecem ser conhecidas principalmente no contexto atual.