domingo, 7 de julho de 2013

O BOM FILHO (DE KRYPTON) A CASA TORNA

Após longos sete anos, o maior herói de todos os tempos volta à telona. Será que dessa vez vai?

Não importa se você é fã da Marvel, da DC ou mesmo que não saiba a diferença entre as duas, uma coisa você não pode negar: o Superman é o maior herói de todos os tempos. Você pode achar que o Wolverine é mais durão, que o Batman é mais habilidoso ou que o Homem de Ferro tem muito mais estilo, mas, caro amigo, nenhum se iguala ao Superman. Faça um teste: mostre o simbólico "S" do peito do herói a qualquer pessoa. Ela identificará como o símbolo do herói kryptoniano. 

O personagem, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, fez sua primeira aparição em 1938, marcando o surgimento do primeiro super-herói nas HQs. Contar a história do kryptoniano poderia parecer redundante, uma vez que já afirmei que todos o conhecem, mas só em caso de alguém ter esquecido: oriundo do distante planeta Krypton, os pais de Kal-El (seu nome real) o colocaram em uma nave quando previram a destruição de seu planeta natal. O bebê viajou pelo espaço, acabou caindo em uma fazendo no Kansas e foi criado pelo simpático casal de velhinhos Kent. Batizado de Clark, ele cresceu na cidade interiorana de Smallville (até meados dos anos 2000, a cidade era chamada no Brasil de Pequenópolis - o nome original em inglês só passou a ser mais usado após o sucesso do seriado honônimo da Warner). Aos poucos Clark descobre seus poderes e suas origens e, quando adulto, muda-se para Metrópolis, onde dedica-se à luta contra o crime.

O Superman sempre foi o símbolo do herói perfeito, incorporando todas as qualidades morais ideais. No entanto, com a humanização dos heróis nos anos 80, o moralmente correto kryptoniano começou a perder forças e até hoje luta para alcançar seu status original. Confira abaixo os altos e baixos do kryptoniano.




AS AVENTURAS DE LOIS E CLARK (1993)
Nos anos 90, o Super volta às telinhas com essa produção que focava, em tom mais cômico, as aventuras do casal do título. Basicamente, a reporter Lois Lane (quem se lembra quando a personagem era chamada de Miriam Lane? rs) se metia em alguma confusão e o kryptoniano tinha que salvá-la. Mas não se enganem: a grande estrela da produção era Lois Lane, interpretada por Teri Hatcher, que se tornou a queridinha da América. A produção teve quatro temporadas.





A MORTE DO SUPERMAN (1993)
Com o intuito de alavancar as vendas do Homem de Aço, a DC Comics radicalizou e resolveu matá-lo sem dó nem piedade. O aparentemente indestrutível monstro Apocalipse deixa apenas morte e destruição por onde passa. Superman só consegue derrotá-lo após uma sangrenta luta pelas ruas de Metrópolis que termina com a morte de ambos personagens. Segue-se então um arco de histórias denominado "Funeral para um amigo" e sequencialmente "O retorno do Super-Homem", com o surgimento de quatro novos heróis afirmando ser o verdadeiro Super-Homem.  Sucesso total de crítica.


SMALLVILLE (2001)
Seriado da Warner que realmente deu um reboot no personagem para a nova geração. A série foca a adolescência e o início da vida adulta do personagem, ainda na sua cidade natal terráquea. Aqui vimos Clark Kent descobrir seus poderes e sua origem (mesmo que um pouco bagunçada). A produção também empolgou por trazer, esporadicamente, vários personagens famosos da DC. Sucesso absoluto de público, teve 10 temporadas e abriu caminho para produções teens sobre heróis como Birds of Prey (que não vingou) e o atual (e bem sucedido) Arrow.





A MORTE DE CLARK KENT (1997)
Apenas quatro anos após matar seu maior herói, as vendas do quadrinhos do Superman já haviam caído e a DC resolve matá-lo novamente - mas desta vez, simbolicamente. Superman decide que não consegue mais levar uma vida dupla entre o herói e sua identidade secreta e decide abandonar de vez os óculos e visual nerd de Clark Kent. A história não fez sucesso e passou despercebida.




SUPERMAN AZUL E SUPERMAN VERMELHO (1998)
Mais uma tentativa de dar um up nas histórias do kryptoniano. Após um acidente com uma máquina que criava, o Superman ganha poderes elétricos e é dividido em duas entidades: o Azul, que usa a razão, e o Vermelho, mais impulsivo e violento. Essse conceito de dois Supermen já havia sido explorado pela primeira vez em 1963, mas até então como histórias paralelas. Em 1998, a DC Comics some com o herói como o conhecemos e coloca o Superman Azul e o Vermelho como protagonistas dos títulos do herói. Se você está lendo esse parágrafo e pensando "Como nunca ouvi falar disso?", já sabe a aceitação que esse arco de histórias teve.

NO CINEMA
O herói chegou às telonas pela primeira vez em 1978, no aclamado "Superman". Dirigido por Richard Donner ("O Feitiço de Áquila", "Os Goonies" e os quatro "Máquinha Mortífera"), o filme imortalizou o heróis na pele de Christopher Reeve. O sucesso da produção ainda rendeu três continuações: "Superman II" (1980), "Superman III" (1983) e "Superman IV" (1987). Com o sucesso de Smallville, o herói finalmente voltou às telas em 2006 em uma produção fria, estrelada por Brandon Routh e dirigida por Bryan Singer (que fizera um ótimo trabalho com "X-Men"). O filme não foi bem aceito pelo público e pela crítica e a franquia do kryptoniano enfrentou um hiato de 7 anos. Nessa semana, "O Homem de Aço" estreia nos cinemas brasileiros em mais uma tentativa de reviver o maior herói da DC Comics.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

ORWELL & FAWKES: HÁ TANTO TEMPO E TÃO PRESENTES

Manifestações recentes trazem à tona nomes como Guy Fawkes e George Orwell.


Dois assunto que deram muito o que falar nessa semana: os protestos em algumas das capitais brasileiras contra ao aumento da tarifa do transporte público e a polêmica invasão de privacidade de civis nos EUA. E, como não poderia deixar de ocorrer depois do surgimento do grupo Anonymous, onde há manifestações das gerações Y e Z, há o envolvimento da internet e, cedo ou tarde, surge a face de Guy Fawkes.

Guy Fawkes, conhecido também como Guido Fawkes, foi um soldado britânico do século XV que participou da "Conspiração de Pólvora", cujo objetivo era explodir o parlamento inglês em um levante católico para assassinar o rei protestante Jaime I e todos os parlamentares. A conspiração foi descoberta e Guy, responsável por guardar a pólvora, foi capturado, interrogado, julgado culpado e executado. A data 5 de novembro marca a celebração de sua morte. Celebração porque, até muito recentemente, ele era considerado apenas um traidor da coroa britânica.

A face de Guy Fawkes só passou a ser conhecida e ele apenas ganhou ares mais revolucionários e heróicos após a graphic novel "V de Vingança", de Alan Moore. Nela, um sobrevivente das atrocidades praticadas pelo governo britânico para ascender ao poder, resolve vingar-se dos responsáveis de tais crimes (que envolvem testes biológicos em humanos e o envenenamento proposital de milhares de pessoas). Ele usa uma máscara de Guy Fawkes e tem o mesmo objetivo de explodir o parlamento inglês mostrando, assim, que o governo totalitário no qual vive a Inglaterra é que deve temer seus cidadãos e não o contrário. O personagem também nos mostra que a arma mais poderosa que uma população tem contra um governo injusto são as ideias, já que essas são à prova de bala e não podem, portanto, morrer. 

Infelizmente, quando uma população cheia de ideias se choca com um governo abusivo, conflitos como os de São Paulo tendem a ocorrer violentamente. Obviamente as consequências atingem toda uma população mas, apesar do foco desse blog não ser social, a reação popular pelos seus direitos é vista por mim como algo positivo.  

E a notícia que abalou os EUA foi a revelação do ex-agente da NSA (Agência Nacional de Segurança) de que existe um esquema de monitoramento por parte do governo americano para saber o que todo cidadão  estadunidense anda fazendo. As declarações ainda afirmam que empresas de telefonia e grandes companhias como Microsoft, Apple, Google, YouTube e Facebook também estariam envolvidas. O presidente americano já se pronunciou a respeito dizendo que tais ações são medidas contra o terrorismo.    

George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, foi um escritor britânico que expressava em suas obras uma profunda preocupação quanto às injutiças sociais. Uma de suas obras mais conhecidas, "1984", relatava exatamente um regime no qual todas as ações são vigiadas pelo Grande Irmão (daí o título do reality show "Big Brother"). Tão grande é a semelhança entre o romance escrito em 1949 com a situação atual do governo americano que o site de compras online Amazon registrou um crescimento de 7000% nas vendas do livro mencionado. 

A grande questão levantada (com a obra e com as declarações) é se, mesmo com intenções nobres, cabe ao governo dar se ao direito de invadir a privacidade de seus civis? Ao privá-los de sua liberdade, estaria o governo ainda assim dando-a aos seus cidadãos?

"V de Vingança" e "1984", duas obras que merecem ser conhecidas principalmente no contexto atual.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

AH!, MEU CARO WATSON.

Totalmente repaginado para a nova geração, Sherlock Holmes surpreende em seriado britânico.

Descobri Sherlock Holmes por volta dos meus 14 anos. Li "O Cão dos Baskervilles" e imediatamente li livros atrás de livros até finalizar a coleção do maior detetive do mundo. Tudo nas histórias criadas por Sir Conan Doyle me encantava: a personalidade excêntrica do personagem principal, o clima sobrenatural desmistificado com a solução do caso, o contexto britânico do início do século e, é claro, a inteligência excepcional do detetive. 

Por esses motivos que, quando fiquei sabendo de uma série televisiva que mostrava o famoso investigador nos dias atuais, torci o nariz, provavelmente como todo fã mais tradicional do detetive. Minha sorte, contudo, foi não ter sido tão teimoso e ter dado uma chance à produção. 

Preciso destacar os aspectos pelos quais vale a pena conferir o seriado. Primeiramente, temos todo o universo do senhor Holmes no contexto atual: Watson, o fiel companheiro de Holmes, é ex-militar (como nos livros) mas desta vez serviu no Iraque; ao invés de escrever os livros narrando as aventuras de Sherlock, ele atualiza seu blog. Sherlock Holmes utiliza todo aparato tecnológico dos dias de hoje para resolver seus casos e o o ritmo do seriado é mais ágil e urgente, resultados de uma edição caprichosa.

No que diz respeito aos episódios, é necessário ressaltar o formato não tradicional: no lugar de uma temporada com vários episódios de cerca de quarenta minutos de duração (o comum ao se tratar de dramas policiais), temos três episódios longa-metragens por ano de produção, cada um abordando, de forma adaptada mas sem perder a essência, um romance do detetive. Assim, da mesma nameira que "Um estudo em vermelho" inaugura as aventuras literárias do investigador britânico, "Um estudo em rosa" é o episódio de estreia da produção televisiva.

Andrew Scott interpreta, brilhantemente, o vilão James Moriarty. 
Outro grande acerto são os atores. Benedict Cumberbatch está excelente em sua interpretação de Sherlock Holmes e Martin Freeman nos entrega um ótimo Dr. Watson. Contudo, é Andrew Scott quem rouba a cena com o vilão James Moriarty: o grande trunfo da série. Manipulador, psicótico, genial e claramente insano, não há como não se empolgar com as armadilhas que ele tece ao redor do protagonista.

De tempos em tempos, surge um seriado que vem para "ressucitar" um gênero televisivo e "Sherlock" traz vida nova ao atual panorama do drama policial dominado por C.S.I. e seus spin-offs. Uma das melhores séries em produção atualmente, as investigações do mundialmente conhecido detetive merecem um olhar mais atento, principalmente por parte dos produtores da Warner Bros, que insistem na ideia de nos fazer aceitar o palhação do Homem de Ferro sem sua armadura como o novo Sherlock.

Sherlock Holmes da BBC teve duas temporadas produzidas, totalizando 6 episódios. A terceira temporada está prevista para o final de 2013. No Brasil, o seriado é exibido pela BBC HD. Os boxes com as duas primeiras temporadas podem ser encontrados nos maiores sites de compra.

sábado, 13 de outubro de 2012

CHRIS CARTER: GÊNIO OU SORTUDO


O último episódio de "Twin Peaks" foi ao ar em 10 de junho de 1991. Série criada por Mark Frost e David Lynch, causou furor na TV americana com suas esquisitices e a famosa pergunta "Quem matou Laura Palmer?". Foi um enorme fenômeno, mas após seu término (na fraca segunda temporada), o gênero bizarrices/suspense caiu no ostracismo absoluto.

Foi então que um surfista californiano chamado Chris Carter, inspirado pela série "Kolchak e os demônios da noite", criou o maior fenômeno televisivo dos anos 90: "Arquivo X" ("The X Files" e "Ficheiros Secretos", em Portugal). Para se ter uma ideia, em todas as listas dos melhores seriados de todos os tempos, "Arquivo X" está sempre presente. Vamos aos números: na lista dos 100 melhores seriados da revista Monet (distribuída aos assinantes da Net), a série está em 13º lugar. Quando a revista britânica Empire elegeu os 50 melhores seriados, "Arquivo X" ocupou a 9ª posição. O episódio mais assistido da série, de sua quarta temporada, foi acompanhado pelo impressionante número de 30 milhões de telespectadores.

Inicialmente, anunciou-se que "Arquivo X" terminaria em torno de sua quinta temporada. Esse prazo estendeu-se então para o 7º, 8º e finalmente, 9º e último ano de produção do programa, principalmente devido ao fato de Chris Carter não conseguir emplacar outro sucesso para a Fox. Chris Carter criou, no total, três seriados, e Arquivo X, finalizado após nove anos no ar, continuou como seu maior sucesso. 

Dentre todos os mistérios, conspirações e perguntas lançados nas tramas de seus seriados, o que realmente fica sem explicação é: como suas séries, tão inteligentes, bem escritas e bem produzidas, não tiveram boa aceitação do público? 

Arquivo X (1993 - 2002)
Dana Scully, formada em medicina e agente do FBI, é designada à misteriosa divisão da agência de investigação chamada "Arquivo X", cujo objetivo é resolver casos dados como sobrenaturais e que ficaram em aberto por falta de evidências. Conhece Fox Mulder, agente obcecado por essas investigações após ter presenciado a abdução de sua irmã. O papel de Scully é descredenciar as afirmações sobrenaturais de Mulder e provar, à luz da ciência, que tudo pode ser explicado. A natureza oposta dos protagonistas - o crente e a incrédula, a fé e a religião, a imaginação e a razão - cria uma excelente química entre os personagens que, aliada ao fato dos produtores não se preocuparem (inicialmente) em investir no romance, faz com que o seriado se torne um sucesso absoluto. A série ainda rendeu dois longas no cinema (e pode ter certeza que um terceiro surgirá) e sua música tema já entrou para a lista de temas clássicos da cultura pop. A série ficou famosa pelas suas frases de impacto ("A verdade está lá fora", "Não confie em ninguém", "Eu quero acreditar")  e por símbolos que seus roteiristas colocavam em episódios: horas e códigos numéricos recorrentes em seus episódios. Tudo para brincar com o telespectador. Outra característica da série é que seus produtores não tinham medo de matar personagens; claro que sabíamos que os protagonistas jamais morreriam, mas todos os outros estavam em cheque - como aprendemos, surpresos, no final da primeira temporada. "Arquivo X" também foi pioneiro na internet: por ter surgido no momento que a internet começava a ser utilizada pelo grande público, foi um dos primeiros seriados a acalentar fóruns de discussões, salas de bate papo e a criar comunidades online de fãs que, logo após a exibição de um episódio, enchiam a rede de comentários e teorias. Isso tudo pode parecer muito normal hoje, mas imagine isso há quase vinte anos...



Millennium (1996 - 1999)
Frank Black, ex-agente do FBI tem um dom (ou maldição): ele é capaz de ver flashes do que o assassino viu ou fez na cena de um crime. Frank é contatado por um misterioso grupo (o Millennium do título) que tem como objetivo lutar contra o mal e preparar a humanidade para a passagem do milênio. Uma espécia de "O Silêncio dos Inocentes", o seriado tratava semanalmente de crimes brutais, discussões religiosas e da eterna batalha entre o bem e o mal (aqui, de uma forma mais explícita, mencionando demônios, anjos, salvação de almas, passagens religiosas etc). Um seriado muito mais denso e sombrio que "Arquivo X": seus episódios eram sempre iniciados com trechos bíblicos, sua abertura trazia mensagens como "O fim está próximo", "Desespere-se", "A hora é agora", os casos investigados incluíam pais que matavam ou abusavam de seus filhos, professores que abusavam de seus alunos, e muitos, muitos, psicopatas. Após uma primeira temporada de sucesso, precisou ser amenizado para ter uma maior aceitação pelo público geral. Apesar de muito elogiado, sua seriedade e obscuridade fizeram com que a série fosse cancelada em seu terceiro ano. Melhor assim, pois apesar do fim prematuro, os episódio mantiveram um nível de qualidade até seu episódio final.



Harsh Realm (1999)
O tenente americano Thomas Hobbes  estava prestes a se aposentar quando é chamado para uma última missão: entrar no programa virtual de treinamento de guerra chamado "Harsh Realm" e capturar Santiago, um sargento que se escondeu dentro da simulação quando descobriu que poderia dominar todo aquele mundo virtual e, a partir de lá, influenciar o mundo real. Hobbes acaba ficando preso dentro de Harsh Realm, e, junto a outros ex-soldados fugitivos, tenta derrotar Santiago e escapar do mundo virtual. A série, embora muito bem produzida e muito bem escrita, foi cancelada abruptamente após a exibição de apenas três episódios devido a baixos índices de audiência. O canal pago americano FX comprou os direitos para exibir os 9 episódios que já estavam prontos e a série ainda ganhou fôlego, embora breve, no lançamento de um box com os episódios produzidos. 





segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NOVE SÉRIE: REVOLUTION

Nova série de J. J. Abrams estreia e a dúvida surge: novo Lost ou novo fiasco?



J. J. Abrams sofre da mesma síndrome que Chris Carter: entrou para o triste grupo dos criadores de seriados que, após um excelente trabalho, não conseguem emplacar um segundo sucesso. Claro, que no caso do sr. Abrams, a coisa não foi assim tão repentina. Sua primeira série foi "Felicity" (1998 - 2002): drama adolescente sobre jovem que após finalizar o colegial baseia em seus hormônios sua decisão sobre qual faculdade frequentar - ela escolhe a mesma universidade para a qual seu interesse vai. A série fez sucesso e abriu caminho para "Alias" (série de ação, cheia de reviravoltas e que, devido ao sucesso, contou com presenças ilustres como a de Tarantino, que escreveu e atuou em dois episódios). "Alias" (2001 - 2006) durou cinco anos, e quando estava começando a cambalear (por volta da quarta temporada), J. J. engatou "Lost" (2004 - 2010). Sucesso absoluto que durou 6 temporadas, gerando polêmicas por tantos mistérios e poucas respostas (ele não aprendeu com o erro de Chris Carter). 

Após o término de "Lost", sua carreira televisiva entrou em declínio: "Fringe" (2008 - 2013), sobre uma divisão especial do governo que investiga casos ligados à ciência de borda, está em seu quinto e derradeiro ano e oscila entre renovação e cancelamento desde a segunda temporada. "Alcatraz", thriller policial sobre o desaparecimento de todos os presos da famosa prisão e seu retorno, décadas mais tarde com a mesma aparência, não sobreviveu a uma temporada completa. "Undercovers" (2011) trazia um casal aposentado da CIA que decide voltar à ativa por sentir falta da adrenalina; cancelado sem ao menos terminar sua primeira temporada. A única série pós-Lost que rendeu bons frutos foi "Person of interest": sobre um milionário que desenvolve um software capaz de prever a identidade de pessoas relacionadas a crimes hediondos sem, no entanto, revelar se a pessoa será vítima, agressor ou testemunha. Cabe aos personagens principais descobrir e impedir o crime. Série redondinha, mas sem o apelo nerd de "Lost".

"Revolution" é mais uma tentativa do produtor/diretor/roteirista de alcançar o mesmo status que teve seu maior fenômeno. O piloto nos relembra sobre como dependemos da eletricidade para tudo: comunicação, transporte, hobbies etc. Em uma noite, aparentemente sem motivo algum, perdemos a energia elétrica. Não só ficamos sem luz, mas nada mais que gera energia funciona: carros, aviões, pilhas... Repentinamente as luzes se apagam, os carros param, os aviões caem. Corte para 15 anos mais tarde, numa sociedade sem governo, controlada por milícias, onde as pessoas fugiram dos centros populosos e se reclusaram em pequenas vilas e cidadezinhas. Você não tem como se comunicar com seus familiares e amigos pois não há telefones, celulares, computadores. Todas as memórias de sua vida, que você tão cuidadosamente deixou em um CD, pen drive ou mesmo no Iphone, não são mais acessíveis. Isso sem mencionar as implicações nas áreas da saúde, alimentação, economia e por aí vai.

Os mistérios da série giram em torno do motivo do apagão ter ocorrido, do pen drive que Miles Matheson (o pai da personagem principal) conseguiu salvar com dados importantes segundos antes do apagão e da misteriosa personagem que possui eletricidade em sua casa e que se comunica com outra pessoa pelo computador.

Alguns fatores limitam um pouco o seriado, como o fato da personagem principal ser muito jovem e imatura para ter apelo aos adultos e a questão da produção investir em um romance "proibido" entre ela e um jovem soldado da milícia. Por outro lado, a premissa é interessante e os dois primeiros episódios mostraram um cuidado especial da produção.

Agora só uma observação: enquanto fazia esse post, a energia caiu umas cinco vezes. Será? :)

domingo, 12 de agosto de 2012

NOVA SÉRIE: ARROW

Mais um personagem da DC tenta a sorte nas telinhas.



Com o grande sucesso da já encerrada Smallville, vez ou outra surge um projeto com um herói da DC para a TV. A série que conta as aventuras do jovem Clark Kent trouxe vários personagens da editora em participações especiais e instigou os fãs com a possibilidade desses heróis aparecerem em seriados solos. 

Depois de vários boatos, Oliver Queen, o Arqueiro Verde, finalmente ganha sua produção. A sinopse inicialmente divulgada inspira-se, aparentemente, em Arqueiro Verde: Ano Um. Entretanto, ela deixa clara a intenção do canal de recriar um novo Smallville

“Depois de um violento naufrágio, o playboy bilionário Oliver Queen [Stephen Amell] desapareceu por cinco anos. Dado como morto, ele é descoberto numa remota ilha no pacífico. Quando ele retorna para sua casa, em Starling City, sua devota mãe Moira [Susanna Thompson], sua amada irmã Thea [Willa Holland], e seu melhor amigo Tommy [Tommy Merlyn, feito por Colin Donnell] lhe dão as boas-vindas, mas sentem que Oliver mudou muito pelo tempo que passou na ilha.
Enquanto Oliver esconde a verdade sobre o homem que se tornou, ele desesperadamente sente necessidade de reparar suas atitudes que tomou quando era apenas um garoto. Mais importante, ele busca reconciliação com sua antiga namorada, Laurel Lance [Katie Cassidy].
Durante o tempo em que começa a se reconectar com as pessoas mais próximas de si, Oliver secretamente cria a ideia de Arrow — um vigilante — para consertar os erros de sua família, desafiar os males da sociedade, e restaurar Starling City para sua glória. De dia, Oliver faz o papel do rico e despreocupado galanteador que era — sempre flanqueado por seu chofer/guarda-costas John Diggle [David Ramsey] –, enquanto guarda cuidadosamente a identidade secreta que esconde sob a escuridão.
No entanto, o pai de Laurel, o Detetive Quentin Lance [Paul Blackthorne], está determinado a prender o vigilante que opera em sua cidade. Enquanto isso, Moira, a própria mãe de Oliver, sabe muito mais sobre o naufrágio do que parece — e é muito mais impiedosa do que ele poderia imaginar.”

O primeiro episódio vai ao ar em 10 de outubro.Confira o vídeo promocional lançado:


sábado, 4 de agosto de 2012

WACTHMEN ANTES DE WATCHMEN

"Before Watchmen" chega com a promessa de reviver o universo criado por Alan Moore e Dave Gibbons em 1988.

Negar a importância de Watchmen para as histórias em quadrinhos é o mesmo que negar a importância dos Beatles para o rock. Você só tem o direito de fazê-lo se for um total ignorante. Obra de Alan Moore (roteiro) e Dave Gibbons (arte), Watchmen surgiu no final dos anos 80, período no qual os heróis, principalmente os da DC Comics, seguiam um padrão maniqueísta de conduta. A graphic novel chega então lançado a pergunta: o que aconteceria se pessoas normais, com seus anseios, falhas de caráter, crises, vaidades, contradições, repentinamente se vissem como super heróis? Partindo do ponto que os heróis são realmente humanos, em toda a essência dessa definição, Moore e Gibbons criaram uma história que desconstruía os heróis e suas roupas colantes, ao mesmo tempo que se discutia sistemas caóticos, religião, metafísica e etc. Alguns amaram. Outros odiaram.

Portanto, quando a DC surgiu com o projeto "Before Watchmen", com o objetivo de contar a história antes de Watchmen, não só o público mas também os criadores da obra original ficaram divididos. De um lado, Moore acusando o ex-parceiro de ter se vendido à editora e perdido o foco do trabalho pela arte. Do outro, Gibbons querendo dar continuidade (ou "inicialidade") à obra. Não só Alan Moore fez questão de não se envolver com o projeto como também declarou a quem quisesse ouvir que era contra sua realização e que quem fosse realmente seu fã não deveria sequer comprar as edições. Não adiantou muito. A DC Comics está publicando os acontecimentos anteriores a Watchmen há cerca de dois meses. Como ainda não há previsão da chegada das edições em terras tupiniquins, recorri ao bom e velho torrent para ver como o projeto tem se desenvolvido.

  

MINUTEMEN #1
Quando os heróis começaram a surgir em vários cantos do planeta no universo de Watchmen, alguns deles decidiram se agrupar e criar o primeiro grupo de combate ao crime. A primeira edição conta como o grupo se reuniu e um pouco da origem de cada, a partir do ponto de vista do primeiro Coruja. Por enquanto, nenhuma novidade para quem leu Watchmen.


ESPECTRAL II (SILK SPECTRE) #1
De longe, o exemplar mais fraco da nova saga. Foge totalmente do universo dos heróis e foca mais no desenvolvimento pessoal da adolescente Laurie Juspeczyk, entre amores juvenis e crises maternas. A arte leva traços de mangá e em determinados momentos parece uma revista para garotas. Se vai melhorar, só nos resta torcer. E muito.

COMEDIANTE (COMEDIAN) # 1
Derruba um pouco a imagem causada pelo personagem em Watchmen e suaviza suas falhas. A primeira edição nos mostra uma perda importante para Blake o que o pode ter levado a se tornar o homem amargo e um tanto desprezível que conhecemos na obra original.

   




CORUJA II (NITE OWL) #1
Uma espécia de Batman, assim como ele nos é apresentado na minissérie de Alan Moore. Aqui, acompanhamos um pouco mais de perto a transição entre o Coruja I e o II. No entanto, mais uma vez é uma história que já foi pincelada em Watchmen e não chega a ser uma grande novidade. Vale a pena esperar pelos próximos números porque o personagem promete.

OZYMANDIAS #1
Até então a melhor edição: nos mostra a origem do "herói" de forma detalhada. Embora sem muita ação (como todas as edições, por enquanto), a narrativa consegue prender o leitor na busca de Adrian enquanto ele se educa para ser o homem mais inteligente do mundo. A arte da edição merece destaque pelo capricho apresentado.  

Embora a grande expectativa seja em relação às edições de Rorschach (15 de agosto) e Dr Manhattan (22 de agosto), já é possível perceber que "Before Watchmen" não chegará aos pés da obra original. Se é devido à ausência de Moore no projeto ou se não há realmente nada mais de interessante que possa ser contado com os personagens, só saberemos em janeiro de 2013, quando a saga chegará ao fim.